Pesquisadores do Hospital Geral de Massachussets disseram ter descoberto como o ferro contribui para a produção de placas encontradas em pacientes com Alzheimer.

O estudo foi publicado no Journal Biological Chemistry e aponta uma ligação muito próxima entre níveis elevados de ferro no cérebro e o aumento da produção da proteína precursora do amilóide (PPA) – que no mal de Alzheimer se divide em peptídeos que por sua vez compõem as placas destrutivas.

Embora já se soubesse que a abundância de ferro nas células cerebrais resulta de alguma forma em abundância da proteína precursora do amilóide (PPA), não se conhecia, até então, o que se passava em nível molecular. Em 2002 esse mesmo grupo de pesquisadores descobriu que o ferro e a PPA interagem e esta descoberta serviu de base para o trabalho atual.

Hoje está claro que  o ferro e a PPA estão extremamente ligados. Se há muito ferro nas células cerebrais, mais PPA são produzidas e uma espécie de “parceiro da PPA” ajuda a eliminar o ferro. E se há ferro de menos, menos PPA são produzidas bem como menos “parceiros” para eliminar o ferro. Como resultado, o ferro se acumula o processo começa novamente numa espécie de retroalimentação.

O estudo feito é de suma importância uma vez que abre caminho para o desenvolvimento de novas drogas que irão reforçar a capacidade da PPA e seu parceiro de ejetar o ferro quando em excesso e restaurar o equilíbrio de ferro no cérebro.

Os pesquisadores também descobriram outra importante peça no sistema que regula o ferro nas células cerebrais: a proteína conhecida como IRP1. Quando há pouco ferro nas células cerebrais, a IRP1 é mais propensa a se ligar com o RNA prevenindo a produção de PPA. Já quando há muito ferro, a IRP1 não se liga ao RNA e há um excesso de produção de PPA.

Os pesquisadores sugerem ainda que a região específica onde a IRP1 se liga ao RNA deve ser o alvo dos novos medicamentos.
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Publicado em 07 de outubro de 2010.